Gestão de Pessoas

O Propósito da Geração Z e a força dos novos modelos de Trabalho

A Geração Z, composta por indivíduos nascidos aproximadamente entre 1995/1996 e 2010/2011 está rapidamente se tornando uma força dominante no mercado de trabalho global.

No Brasil, a Geração Z já constitui o segundo maior grupo de trabalhadores, ficando atrás apenas dos Millenials.

 

Neste artigo, você explora as prioridades e desafios da Geração Z no mercado de trabalho.

 

Uma geração marcada pela mudança

Essa geração, que cresceu imersa na era digital, trazendo familiaridade com a tecnologia desde cedo, demonstra comportamentos e posicionamentos distintos das gerações anteriores.

Eles são frequentemente caracterizados por habilidades multitarefas e uma capacidade ágil de comunicação e de encontrar soluções práticas para desafios.

Além da destreza tecnológica, destacam-se por uma consciência social aguçada, valorizando a diversidade e a inclusão, e por se envolverem em causas de impacto social e ambiental.

 

Para a Geração Z, o trabalho vai além de apenas um salário; eles buscam propósito, impacto e significado no que fazem e valorizam que seus próprios propósitos estejam alinhados com os da empresa.

Uma pesquisa de 2024 da Deloitte indicou que 86% dos jovens da Geração Z consideram ter um senso de propósito essencial para a satisfação no trabalho, e 44% afirmam que rejeitariam propostas de empresas que não se alinhassem com seus princípios éticos.

Para eles, a sustentabilidade, por exemplo, deve se refletir tanto no trabalho quanto na empresa onde estão.

 

Equilíbrio e saúde mental

Um dos aspectos mais valorizados pela Geração Z é o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal. O antigo sonho de construir uma longa carreira na mesma companhia não faz mais sentido para muitos deles, sendo substituído pela "quiet ambition",que se refere à rejeição a cargos de gestão e liderança tradicional.

Em vez de apenas um plano de carreira, a organização precisa oferecer recursos que promovam o bem-estar no ambiente de trabalho.

A Geração Z se mostra mais propensa a abordar questões de saúde mental e busca maneiras de manter um bom equilíbrio em suas vidas. A saúde mental tem sido apontada como um desafio crescente na gestão de pessoas, e os casos de ansiedade, depressão e burnout afetaram mais gravemente as gerações mais jovens. Empregadores que olham para a saúde mental com atenção saem na frente.

 

Essa busca por equilíbrio se traduz em uma forte preferência por modelos de trabalho flexíveis, como o híbrido ou remoto. Uma pesquisa do LinkedIn de 2024 revelou que 72% dos jovens já deixaram ou pensaram em deixar empregos que não ofereciam políticas flexíveis.

Eles valorizam horários adaptáveis e a possibilidade de moldar seu ambiente de trabalho. Essa flexibilidade é vista não apenas como conveniência, mas como essencial para o equilíbrio diante dos desafios financeiros e questões de saúde mental que enfrentam.

 

O desafio para as empresas

Apesar de sua crescente presença, lidar com a Geração Z ainda é um desafio para uma parcela significativa de empregadores. Segundo um estudo da GPTW, 68% dos empregadores enfrentam dificuldades com essa geração. Algumas queixas comuns apontam para a falta de comprometimento e a expectativa de crescimento acelerado na carreira.

Para muitos, os jovens da Geração Z chegam com menos resiliência e paciência. Eles desejam crescer com agilidade. Essa pressa é vista como um reflexo do mundo acelerado e imediatista em que cresceram.

Além disso, a Geração Z é descrita como independente, desapegada e individualista, não abrindo mão de seu conforto ou saúde mental. Tendem a pedir demissão ou realizar o "quiet quitting" se sentirem que a realidade não corresponde às suas expectativas de propósito, flexibilidade ou crescimento.

A falta de engajamento pode levara resultados negativos para as empresas, como baixa produtividade e alta rotatividade.

 

Para cativar e engajar os colaboradores da Geração Z, as empresas precisam adotar uma nova perspectiva. A adaptação é fundamental para a sustentabilidade dos negócios.

 

Oferecer flexibilidade: Modelos de trabalho adaptáveis e opções de trabalho remoto demonstram que a empresa valoriza o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, algo fundamental para a Geração Z.

 

Promover o bem-estar e saúde mental: Implementar ações que cuidem da saúde mental é essencial. Programas de apoio psicológico e ambientes que respeitem o equilíbrio emocional são cruciais.

 

Alinhar propósito e valores: É vital que o trabalho e a empresa tenham um propósito que faça sentido para eles. Empresas que implementam iniciativas com impacto positivo na sociedade, focando em práticas de ESG, podem atrair e reter esses talentos.

 

Adotar tecnologia: Utilizar ferramentas e processos automatizados para otimizar a rotina de trabalho é importante para essa geração digitalmente nativa.

 

Oferecer oportunidades decrescimento: Programas de desenvolvimento acelerado, mentorias e caminhos claros de progressão são valorizados, pois a Geração Z busca um desenvolvimento rápido na carreira.

 

Fortalecer a cultura de feedback e comunicação: A Geração Z valoriza a transparência e a comunicação rápida e direta. Canais abertos para feedback contínuo são importantes.

 

Incentivar a diversidade e inclusão: Promover uma cultura inclusiva e criar um senso de comunidade onde os colaboradores se sintam conectados e parte de algo maior é crucial.

 

Promover a convivência intergeracional: Ensinar as diferentes gerações a conviverem, talvez por meio de mentorias (incluindo mentorias reversas), pode quebrar barreiras e estereótipos, aproveitando as habilidades únicas que cada grupo traz.

As empresas que conseguirem envolver esses talentos e integrar diferentes gerações de forma eficaz terão melhor performance. Compreender e adaptar-se às expectativas da Geração Z é fundamental para atrair, reter e maximizar o potencial desses profissionais que estão transformando o mercado de trabalho.

 

Postado em
21/5/2025
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