Gestão Empresarial

Gestão baseada em dados: Como tomar decisões mais estratégicas e ágeis

A gestão baseada em dados, ou data-driven decision making, representa uma transformação fundamental na forma como as organizações operam e tomam decisões estratégicas

 

Longe da intuição ou do "instinto" – que muitas vezes se mostram imprecisos ou baseados em informações incompletas – essa cultura permite que as empresas se apoiem em informações objetivas para suas ações.

 

Essa abordagem não é apenas uma tendência, mas uma necessidade crescente, com a expectativa de que 65% das organizações tomem decisões totalmente baseadas em dados até 2026, segundo artigo da CloudTalk.

 

Benefícios Tangíveis da Cultura Data-Driven

Os benefícios de uma cultura data-driven são significativos e abrangem diversas áreas do negócio. Financeiramente, empresas que adotam essa abordagem experimentam um crescimento anual notável, superando 30%.

 

Um estudo do "Centre for Economics and Business" revelou que 80% das empresas impulsionaram sua receita ao alavancar dados em tempo real.

 

A Starwood Hotels, uma sub-marca da Marriott, conseguiu um aumento de 5% na receita por quarto utilizando precificação dinâmica baseada em fatores como condições econômicas, previsão do tempo, e eventos próximos, como shows de músicos populares. Já a Amazon gera 35% de suas vendas anuais apenas com ofertas personalizadas, baseadas na interação do cliente com a plataforma.

Na indústria de telecomunicações, 90% das empresas viram um aumento no feedback positivo dos clientes ao utilizar dados em tempo real para entender o comportamento e os níveis de satisfação, segundo o Centre for Economics and Business Research.

 

Mais de 80% das empresas alcançaram lançamentos de produtos mais rápidos com dados em tempo real. Um caso notável é a Land O’ Lakes, uma cooperativa agrícola, que com modelagem de propensão e análise em tempo real, obteve um aumento de 40% nas chamadas de vendas bem-sucedidas.

 

Desafios na Construção de uma Organização Orientada por Dados

Apesar dos claros benefícios, construir uma organização orientada por dados apresenta seus próprios desafios. A capacidade de reagir rapidamente às mudanças é crucial, o que se traduz em lançamentos de produtos mais ágeis e resolução de problemas do cliente na primeira tentativa.

 

O relatório “The Executive’s Guide to Effective Analytics,” do Aberdeen Group indica que 44% dos executivos estão insatisfeitos com suas capacidades analíticas atuais, frequentemente tomando decisões críticas com dados imprecisos ou inadequados.

 

Apenas 29% das organizações conseguem avaliar dados rápido o suficiente para se manterem competitivas. A maioria das empresas, até 68%, não analisa seus dados completamente, e 82% enfrentam obstáculos impostos por silos de dados. Mais da metade dos líderes executivos (61%) admitem que a tomada de decisões em suas empresas é apenas parcial ou raramente baseada em dados, com 52% confessando que descartaram dados que lhes foram apresentados.

 

Estratégias para uma Implementação Eficaz

Superar esses desafios exige uma abordagem estratégica e evolutiva.

 

A cultura data-driven deve vir da alta liderança da empresa, permeando a identidade do negócio de cima para baixo. Não é um processo que começa pela base, mas sim uma ferramenta de gestão que exige o engajamento do C-Level. É uma jornada contínua, não um destino, que requer uma vontade fundamental de aprender, experimentar e inovar.

 

Christopher S. Penn, autoridade em tecnologia e marketing, descreve a evolução de uma empresa em cinco estágios até se tornar data-driven:

 

Data-Resistant: A empresa é resistente a mudanças baseadas em dados, seguindo práticas antigas e tradições.

 

Data-Curious: Reconhece o valor potencial do analytics e se concentra na coleta de dados.

 

Data-Aware: Começa a analisar dados para entender o que acontece, introduzindo ferramentas e sistemas, mas muitas vezes fica presa em vitórias táticas sem buscar um ROI imediato para avançar.

 

Data-Savvy: Reconhece que os dados são um ativo estratégico, buscando insights mais profundos para entender não apenas o que aconteceu, mas o porquê.

 

Data-Driven: Estágio final onde a empresa utiliza dados, análises e insights para tomar decisões estratégicas, e os dados são incorporados em todas as partes da organização, com planos de ação específicos baseados nas informações disponíveis.

 

É aí que entra o ERP (EnterpriseResource Planning). Esse sistema integra dados de diversas áreas, como finanças, vendas, estoques e recursos humanos, permitindo que todos os departamentos compartilhem as mesmas informações atualizadas e acessíveis. Com isso, a empresa ganha uma visão mais clara e estratégica, tomando decisões baseadas em dados completos e em tempo real.

Com a utilização de um ERP, os dados se transformam em ações concretas que geram resultados mensuráveis. Obtenha o máximo de visibilidade e controle na gestão do seu negócio

 

Em última análise, a gestão baseada em dados é um investimento que se paga amplamente. Como o famoso empresário americano Artur C. Nielsen disse: "O preço da luz é mais baixo que o custo da escuridão". Essa máxima ressoa profundamente no contexto atual, onde a escuridão da incerteza e da intuição cede lugar à luz da informação e da decisão baseada em fatos.

Postado em
26/6/2025
|

Mais publicações sobre

Gestão Empresarial